Quem aqui nunca ouviu falar do queijo de minas que atire a primeira pedra! Quem vai em Minas Gerais e não provaum pão de queijo mineiro, as famosas cachaças ou o tradicional queijo de minas pode dar meia volta e revisitar essa terra maravilhosa.
Pois é, Minas Gerais é um lugar carregado de especialidades gastronômicas que valem muito à pena conhecer.
Hoje falaremos sobre o famoso Queijo de Minas, queijo carregado de tradição e, é claro, o seu sabor! Em primeiro lugar não podemos de destacar a grandiosidade do seu significado para a cultura e gastronomia de Minas Gerais que se reflete na data comemorativa criada especialmente para o queijo mineiro: dia 16 de maio!
ESPECIALIDADE
O queijo de minas é especial. Sua produção é feita a partir de leite cru não pasteurizado, exatamente como ordenhado da vaca e sem adição de nenhum componente. Outro processo que distingue o queijo minas artesanal é o processo de cura, que pode durar de quatro a vinte dias. Essa maturação dá ao produto um sabor mais pronunciado e uma massa mais firme e seca. Por outro lado, os produtores afirmam que a diferença do queijo minas tradicional vai além desses processos. Segundo muitos deles, a temperatura e clima das serras mineiras, o pasto e alimentação adequada dos animais influenciam o sabor e a textura do queijo. Além disso, o conhecimento acumulado ao longo de anos é base para a produção do queijo com caráter familiar e caseira.
É importante destacar que o contato com um produto gastronômico artesanal e de longa tradição é uma atividade muito próxima do turismo de base comunitária, na medida em que aproxima o turista do produtor local, do método de produção artesanal e permitindo que ele tenha o contato e vivência desta tradição. Além do mais, essa atividade representa o sustento de mais de 30 mil famílias em mais de 600 municípios mineiros.
Em 2008 o IPHN reconheceu o queijo minas como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro por ser um produto que carrega uma tradição peculiar em seu processo de produção. Dessa forma, é inegável a necessidade de valorização do queijo mineiro.
O que é interessante é que nem todo queijo que se diz ‘de Minas’ é realmente o queijo tradicional de Minas, com todo processo de produção tradicional e artesanal, que faz toda diferença no sabor. Nas regiões Sul e Sudeste, o queijo frescal, esbranquiçado e úmido, é muitas vezes vendido e confundido com o tradicional queijo minas artesanal.
História do queijo de minas
Você sabia que o queijo de minas tem sua origem lá pelo século 18? Então, sua história remonta a tradição portuguesa, desde a época da descoberta do ouro na capitania das Minas Gerais. Nessa época, muitos trabalhadores chegavam à região para tentar à sorte e durante os trabalhos de busca de pedras preciosas, eles levavam o queijo como alimento, pois precisavam de algo que durasse o dia todo e que resistisse às longas jornadas de trabalho.
Foi assim então que os trabalhadores adaptaram uma antiga receita portuguesa de queijo coalho que era produzido a partir do leite fresco e cru. Incialmente o queijo era preparados com leite de vaca cru coagulado utilizando como base o retículo (uma parte do estomago animal) seco e salgado. Esse modo de produção artesanal vem se mantendo ao longo do tempo na sua essência, com mudanças visando sua melhoria e qualidade sanitária.
Auguste de Saint-Hilaire (1779-1853), viajante francês, chegou a descrever de forma detalhada o modo de produção do queijo na época:
“Tão logo o leite é tirado, coloca-se nele o coalho. O coalho mais usado é o de capivara. As fôrmas são de madeira e de feitio circular, tendo o espaço livre interno mais ou menos o tamanho de um pires. O leite talhado é colocado dentro delas em pequenos pedaços, até enchê-las. Em seguida a massa é espremida com a mão, e o leite cai dentro de uma gamela colocada em baixo. À medida que a massa é talhada, vai sendo comprimida na fôrma, nova porção é acrescentada, continuando-se a espremê-la até que a fôrma fique cheia de uma massa totalmente compacta. Cobre-se de Sal a parte superior do queijo, e assim ele é deixado até a noite, quando então é virado ao contrário, pulverizando-se também de sal a parte agora exposta.”

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Fontes:
https://portaldoqueijo.com.br/noticias_queijos/2018/12/03/queijo-e-cultura-e-tradicao/